18 de novembro de 2008

PEÇO DESCULPA MAS CHEIRA-ME A ESTURRO.

Não quero ser insistente, mas o debate de ontem na RTP sobre o alargamento do Porto de Lisboa estava à cunha. De homens de fato e gravata. O que é sempre mau sinal. Pela conversa feita, percebeu-se que muito pouca coisa foi estudada e que se está a tentar pressionar uma decisão.
Hoje, quando (ver o post em baixo) vou finalmente meter os jornais no lixo, com toda a publicidade à mistura, deparo-me com uma brochura de luxo, sobre o assunto. Papel couché para explicar por que razão terão de ser desembolsados milhões de euros dos contribuintes (de todo o país) para uma obra que só beneficiará uma empresa. Mais a esturro me cheirou.
Quando vou ver a empresa, descubro (toda a gente já deve saber isto, menos eu...) que pertence ao grupo Mota-Engil, que tem um dirigente socialista (leia-se, do partido que está no governo e que amanhã pode não estar, melhor, melhor, será apressar as coisas)a dirigi-lo. Certamente, uma coincidência.
Eu sei que as fortunas pessoais ligadas aos ganhos com o erário público têm de se fazer. Sempre assim foi, sempre assim será. Cimenteiras em parques naturais, contentores a tapar o rio e por aí fora... Mas se pudessem ser um bocadinho mais discretos, agradecia-se. Talvez aprendendo com os bancos, que nos roubam de toda a maneira e feitio, sem esperança de regulação.

1 comentário:

Lúcia disse...

É mais uma vergonha. A promiscuidade de interesses que existe e já nem se disfarça. Como se, naturalmente, já fosse aceite.